quarta-feira, 7 de abril de 2010

A ordem da vida


Estava zapeando os canais quando vi passando O Curioso Caso de Benajmin Button. Já havia assistido o filme no cinema e confesso que lembrar o tempo que este filme demorava me fez resistir a ficar em frente à TV. Mas como lembrava o quão bom este filme era, resolvi arriscar.


E a sensação ao final do filme foi exatamente a mesma de todas as outras vezes que assisti. Será que vale a pena mesmo nascer velho e morrer novo ou a ordem da vida é o correto? - Ok, sei que esse foi o questionamento de 90% das pessoas que assistiram o filme na época, mas o meu persiste cada vez que vejo o bebê fechando os olhos ao final do filme. E claro, dias frios e chuvosos como hoje são perfeitos para a reflexão.


Charles Chaplin propôs que bom seria se a vida terminasse num orgasmo e começasse com todas as dificuldades que a idade oferece. Confesso que sempre fui muito a favor deste texto, porém uma frase no filme me fez repensá-lo. Em determinado momento, o pequeno Benjamin diz que tem a sensação de ter vivido uma vida toda, mas não conseguia se lembrar de nada. E nessa parte as ações são como se ele estivesse aprendendo as coisas da vida.


Me pareceu tão injusto reaprender a vida no final dela, ainda que a condição capitalista nos propõe que devemos trabalhar um monte e, muitas vezes, só temos a oportunidade de usufruir da riqueza obtida quando já não temos a mesma saúde. Por outro lado, temos o conhecimento, e esse, as condições do envelhecimento não nos tira, mesmo com a perda de memória.


Então, citando Chaplin novamente, a vida deve sim começar num orgasmo, porque é boa, e deve sim terminar com as condições do envelhecimento, porque morrer é ruim. Ou alguém ai acha que a morte é bacana?


Ah, claro, também fiquei me perguntando porque esse filme não levou o Oscar® de melhor filme. Acredito que a dificuldade em explicar como seria o final da vida de um bebê não convenceu. E além disso, Quem quer Ser Milionário é muito bom também e sempre me deixa pensativa.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Paixão

Hoje resolvi falar de paixão. Sim, um sentimento que pouco está ligado a um conto de fadas com final feliz, mas o sentido real da palavra.

“A paixão (do verbo latino patior, que significa sofrer ou suportar uma situação dificil) é uma emoção de ampliação quase patológica do amor. O acometido de paixão perde sua individualidade em função do fascínio que o outro exerce sobre ele. É tipicamente um sentimento doloroso e patológico, porque, via de regra, o indivíduo perde a sua individualidade, a sua identidade e o seu poder de raciocínio.”

Depois de entender o significado deste sentimento, eu pude finalmente entender o porquê estar apaixonada é algo que tanto me incomoda, que causa uma insegurança sem fim, que me faz ir atrás de loucuras para tentar amenizar a dor e o sofrimento.

Estar apaixonada deixou os planos do final de semana ser uma dúvida, a semana ser uma eterna espera e as conversas serem questionamentos. O coração já não bate mais na velocidade normal, o estomago já não se sente sadio e a vontade de fugir é quase incontrolável. O celular vira item obrigatório e MSN, o prenúncio de um infarto e a insônia é algo comum.

Então eu me pergunto: e o que tem de bom nisso? A espera? A ansiedade? Ah sim, a ansiedade. Não seria ela o sinônimo de paixão? Não! Paixão vira a fusão entre a ansiedade e a insegurança, e que eu afirmo convictamente que não me parece bom!

Revendo o meu raciocínio, acredito que a paixão esteja ligada a situações corriqueiras, não baseadas em outra pessoa. Para os desempregados, a busca pelo emprego é uma paixão!